domingo, 25 de março de 2012

Nas altas horas da noite!



Adoro o invisível que se tornou essa grande rede mundial. Perfis, fotos, comentários, curtições, estão todos ali e sem denunciar ninguém, ficamos antenados e fofocando, fuxicando a vida alheia. Também vejo os amigos de verdade, com os quais me encontro para chopes e papos animados. Converso com palavras na tela, com a família distante. Envio cartões virtuais imediatos, sem custo de correios. Compartilho fotos para que todos tenham lembranças mútuas, sem precisar imprimir nenhuma delas. Revejo antigos, mas persistentes (pelo menos para mim), amores. E de um modo “inimigo” sei que procuras saber de minha vida também. E como em ocasiões anteriores, repetidas nesse presente, estamos ao mesmo tempo, espaço e lugar nos vendo mutuamente, matando saudades (talvez), não explícitas. Sorrindo no silêncio da solidão, com comentários de atos/segredos “nossos”. Então, faremos nova trégua sem dizer palavras. Mais uma vez, daremos distância e silêncio duradouro um ao outro, e quem sabe, o que ainda resta escondidinho em nossos corações, aflore novamente num futuro indefinido e sem pressa, mas nos faça felizes novamente, pelo tempo que for, por que é sempre prazeroso estar ao teu lado.


Irene Freitas
25/03/2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

Hoje!



Quero o encanto de ser menina
E usar os lacinhos nos cabelos
Quero brincar de baneca e casinha
Construir família de mentirinha
Ter bonecas e bonecos como filhos
E sonhar com príncipe encantado.
Quero usar saias e sentir vergonha
Se o vento as levantar sem querer.
Quero dar bitocas nos meninos
Numa infância sem maldade.
Quero crescer e me tornar mocinha
E paquerar os garotos do colegial.
Quero dar meu primeiro beijo de verdade
E corar, feliz pela conquista de ser amada.
Quero me tornar mulher
E ser seu desejo de esposa
Quero me unir com amor eterno
Mesmo que não seja para a vida toda.
Quero ter meus filhos
Na barra de minha saia
O maior tempo possível.
E quando eles forem embora
Sejam felizes como eu fui.
Se por acaso ficar sozinha
Que eu curta a solidão sem traumas
Que seja como mais um rito de passagem.
Que eu possa ser feliz, só ou acompanhada
Na maior parte de minha existência.
E todos os amores que encontrar pela vida
Que eu os ame com a intensidade de ser Único.
Quero ver netos e netas,
Prolongando a existência de mim mesmo.
E ser a vovô boba que sempre nos tornamos
Ao reviver nesses seres
O ato divino de ser Mãe.
Quero tudo e todos
Os designos e felicidade que Deus me der         
De ter nascido feminina,
De ser Mulher!
Hoje é nosso dia no calendário
Mas nós sabemos no coração
Que todos os dias são assim.
Quero.... não, já sou!
Beijos e mais beijos
Às minhas amigas queridas!
FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER!


Irene Freitas
08/03/2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Um número qualquer! (parte 2)



Depois de um dia de trabalho, suportando o calor infernal da volta para casa, Ana se estatela na cama. O quarto com a temperatura agradável pelo ar ligado antes do banho, oferecia um relax mais que merecido. Então ficou ali a olhar o teto, suas imperfeições, a iluminação a meia luz. Toca o telefone. E sem se deslocar muito do lugar onde estava, atende. Sua amiga do trabalho lhe pede que não esqueça o material para a reunião do dia seguinte. Ana concorda e desliga. Ao pôr o fone no gancho, repara num número anotado no bloco. Não se lembra de quem seria tal telefone. Curiosa como ela só, procura na agenda do próprio celular e não encontra de quem seria. De bom humor, liga para o número e espera para ver quem atenderá.
- Alô.
- Quem fala?
- Com quem quer falar?
- Me desculpe, mas tenho esse n[úmero anotado e não sei de quem é. Poderia     me dizer quem está falando?
Do outro lado, a voz de um homem. Parecia ser de alguém com certa idade, talvez uns 50
Ou um pouco mais. Era uma bela voz!
- Aqui é o Celso Amarante. Com quem gostaria de falar?
Ana ficou sem saber o que responder. Mas no fundo se encantou pela voz e pela educação demonstrada ao atender um engano. Pensou. Por que deixar pra lá? Pode ser alguém legal para um papo, mesmo nos fios invisíveis do telefone.
- Como já lhe expliquei, vi esse numero anotado aqui e como não lembrava de quem poderia ser, resolvi tentar descobrir ligando. Me desculpe se incomodo.
- Não tem por que. Respondeu a voz amável.
- Essas coisas acontecem.
- Bem, já que me apresentei, agora falta você.  Como é seu nome?
- Ana, respondeu.


 Irene Freitas
05/03/2012

domingo, 4 de março de 2012

Um número qualquer!



Observadora do mundo e das pessoas, Ana sempre prestava atenção em cada passageiro que entrava no ônibus  e o marcava com algum detalhe. Outro dia, voltando para casa, direcionou os olhos para  uma menina com seu cabelo crespo, com orgulho! Usava um flor multicolorida presa ao mesmo. Em seus pensamentos achou-a interessante, pois hoje é tão raro ver cabelos encaracolados, naturais. Quase todos estão lisos com as mágicas pranchas. Uma menina com seus vinte e poucos anos e com atitude! Ao sentar no banco da frente, pode ver que levava um papel e havia nele um numero de telefone celular 7652..18. Como Ana tem uma memória fotográfica, guardou sem querer aquele número. Só por curiosidade e para fazer alguma traquinagem, escreveu o número no bloquinho de anotações. Ficou ali sem sentido. Mas quem sabe o dia de amanhã?  Ninguém!

(p.s.: continua...)

Chegastes!

Olhares se cruzam
Sorrisos aparecem no rosto
Corpos  se aproximam
Um beijo cheio de saudades
O teu cheiro enchendo o ar
e tudo que está ao redor
desaparece para criar um mundo
Só de nós dois.
É tudo que quero nesse momento.
Ainda bem que você chegou!

Irene Freitas
04/03/2012