domingo, 29 de julho de 2012

Mais uma vez!



Ouvindo Adele e me entristecendo! A letra tem muito do que gostaria de dizer neste momento à alguém.
Mas não posso nem devo ficar assim, numa espera sem fim. Em atos, desejos que não vem e talvez nunca virão como espero. Muitas tentativas. Muitos planos por água a baixo. Muito afeto desperdiçado sem recíproca. E nessa esperança sem futuro vou me tornando chata, obsessiva e irracional. Desmereço-me sem sentir com meus lamentos. E só os olhos alheios e amigos me alertam sobre esse meu estado d’alma. E como bons amigos, contrapõe minhas fraquezas, meu baixo auto-valor, com as qualidades que sempre souberam eu possuir. Mas como não despertar o desejo, o carinho de quem quero ficar junto? O tempo passa e as coisas não mudam, não evoluem, não trazem novidades boas. O afeto não aceita preguiça, distância, chuva ou sol. O querer estar junto é um amontoado de prazeres felizes, sem limitações. É o sorrir à chegada do Outro. É o calor que aquece os corpos desnudos e colados, sentido o olor mais puro que exalam. O cheio do Outro, estremecido pelo Amor, pela comunhão. E eu me pergunto por que não tenho isso com quem desejo? De coração aberto, sem amarras? Por que ainda meu carinho se confunde com a raiva de estares distante e silencioso?
Angustio-me  com a situação e pergunto ao Criador, em quem confio tanto, Deus, o nome que conheço.
Por que não Me envias alguém para “realmente, verdadeiramente” me amar, cuidar, sentir minha falta, desejar estar junto a mim, apesar de possíveis obstáculos? Não sou merecedora? Por que as lágrimas estão em meus olhos, correndo copiosamente pelo meu rosto tantas vezes ainda, Senhor? Não quero construir uma máscara e me tornar algo que não sou. Quero o princípio, o desejo, o sonho do ser humano. Amar e ser amado, ser feliz, assim como deveria ser.


Irene Freitas
29/07/2012

domingo, 15 de julho de 2012

Você...ainda!

O som ao teu redor,
Chega até mim, com palavras.
Vislumbro seu mundo,
Silencioso de gente
Mas inundado de gostos,
De sons, palavras, cores,
Natureza, frio e serra.
Consigo imaginar seus gestos,
O seu andar pela casa vazia,
E as músicas, infinitas que tens.
E me pergunto ao me  lembrar de ti
Ainda há paixão momentânea em mim?
Com qual amor quero ficar?
As perguntas ainda existem,
Pois ficou um restinho de carinho
Um desejo bem escondido
De esperar “dias melhores virão”
Sentimentos mais sinceros,
Sem descasos ou escusas.
Somente sincero e puro
Como o “estar junto” deveria ser.
Há saudades em meu coração e alma.
Por isso escrevo estas palavras!

Irene Freitas
15/07/2012

Ainda é domingo!


Ansiedade
São horas contadas
Minutos que não passam
Data para o desejo se realizar.
Desejo recorrente e sempre negado.
Ainda há dúvidas no ar,
O sonho se tornará realidade?
Ainda há tempo para desistir,
Decepcionar, mudar alguma coisa
E por fim te odiar temporariamente.
Minhas coisas em ordem.
Meu coração palpitando pela espera.
Algumas horas me separam de ti,
De estar junto, conviver, compartilhar.
Não sei prever esse futuro próximo.
Muitas dúvidas, muitos Nãos
Amedrontam minha alma.
Meu corpo todo tremula.
Meu sorriso solitário enche meu rosto.
Então...
Pensamento positivo
Exercício de tolerância
Esperança otimista
Continuar a rotina
Terminar afazeres
São as atitudes que completam
Meu domingo silencioso.
Ao colocar cada coisa em seu lugar,
Penso em como será usada.
O que faremos com tantos momentos?
O que surgirá nesse contexto futuro?
Baixo a expectativa.
Volto à realidade.
E espero, pacientemente
O momento, daqui a algumas horas
Chegar....e com ele,
O alguém que por centenas de dias
Espero felizes momentos, passar!


Irene Freitas
15/07/2012

domingo, 8 de julho de 2012

Perdi

Depois de ouvir as vozes alheias a mim, me dei conta de como te feri, te magooei, te desiludi e decepcionei. As mesmas vozes trouxeram verdades nunca imaginadas nem ouvidas, embora sempre desejadas enquanto estivemos juntos. Como acreditar em terceiras plavras que não foram suas? Me chegaram depois das lágrimas, das dores emocionais e do distanciamente provocado pelo teu silêncio. Na paz, na serenidade reconheço o valor contido nelas e como fui leviana insuspeita com teu coração, tua alma transtornada amando-me. Mas "águas passadas não movem moinhos". Meu conhecimento de hoje não pode reverter teu sentimento, tua decepção de outrora. Só me resta lamentar o possível amor e felicidade que me escapou pelos dedos. "Agora Inês é morta". Não há nada que possamos fazer.

Irene Freitas
08/07/2012

quinta-feira, 5 de julho de 2012

De minha janela...


Gosto de ir à janela algumas vezes por dia para ver a rua, seu movimento, suas surpresas. Olho o céu procurando boas imagens para fotografar, minha paixão. E num domingo de ruas quase desertas, de pessoas voltando da feira ou mercado, com seus carrinhos característicos, percebo um casal e de imediato pensei: não posso perder essa imagem tão rara, preciso registrar e passar adiante. Corro à minha bolsa e pego minha máquina fotográfica, companheira inseparável. Vejo ao longe um casal de mãos dadas. Ele cavalheiro, carregava a bolsa dela. Caminhavam lentamente, como deveria ser pela idade de ambos. Cabelos brancos lindos. Rostos marcados pela história de anos. Mas o que me impressionou, encantou mesmo, foi o carinho expresso no simples gesto de andar de mãos dadas, mostrando ao mundo o quanto ainda há carinho, amor entre eles, apesar dos possíveis anos juntos e tudo o que nos remete à essa situação. Perguntei a mim mesmo, quantos casais resistem aos anos de convivência? Quantos chegariam à idade refletida por eles ainda juntos, no mundo de hoje? É, aquele simples casal de idosos, nos davam, silenciosamente e pictoricamente, várias lições de vida. Exercício de tolerância, paciência, união, companheirismo, amor, com certeza muito amor. Carinho, cuidado, cavalheirismo, e tantos outros sentimentos, mas que me faltam palavras ou minha memória falha ao tentar buscar no conhecimento mais definições. Uma frase bastante conhecida e que reflete meu encanto e espero possa contagiar os leitores é “uma imagem vale mais que mil palavras”. E assim deixo uma das muitas fotos que tirei ao acompanhá-los de minha janela. A interpretação é livre e de acordo com o coração e/ou sentimentos que cada um leva na alma.

Irene Freitas
05/07/2012

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A descoberta!


 
Deixei por dias de parar no tempo e ler algumas linhas de meu cotidiano. Não havia pressa, o texto, as letras estariam lá quando meu desejo fosse maior que minha preguiça. E hoje, com a madrugada se aproximando, paro e pego aquele objeto tão meu e tão para todos também e me dedico a examinar suas palavras. Sou curiosa e com isso aprendo sempre, mesmo não estando estudando regularmente.
Seguia com a leitura cada vez mais encantada com a fluência, a inteligência contida ali nas palavras tão bem colocadas e por vezes dúbias. E com o passar das frases, me surpreendo com declarações veladas, sutis, compreensíveis para poucos e com as descobertas que me fazem sorrir pelos segredos ali revelados e nunca ditos frente a frente. Gostos similares, detalhes meus e teus. Ler, ler-te, sentir-te através desses momentos,  são  parte de uma rotina, seja a hora que for. E cada vez me encanto mais. Quando não temos um confessionário confiável, é através de labirintos, caminhos distorcidos, fios invisíveis, solidão noturna, que colocamos nossa alma exposta, para poucos a verem, e menos ainda, entenderem. Quem nos conhece, nos encontra. Sorri ou chora com nossos desabafos, mas estão sempre por “perto”, mesmo sem se anunciar. Adorei a leitura.

Irene Freitas
02/07/2012