terça-feira, 26 de maio de 2015

Há Amor no Rio de Janeiro!


Não sei se há amor na distância.
Se resiste ao silêncio.
Se perdoa o descuido.
Se sobrevive ao tempo.
Se o que passou no coração,
Fica guardado como saudade eterna.
Se há a ilusão vista na madrugada,
De que as palavras lidas,
São para dizer que ainda existe Amor.
Recordo o sentimento com um sorriso.
Aquele mesmo que eu te dava ao te ver.
O percurso ao teu encontro.
A tua casa. Teus móveis.
Teus discos. Teu cuidado comigo.
O quanto eras gentil e sincero.
Relembro a dança de nós dois
E a surpresa dos nossos passos cadenciados.
E a alegria de estarmos juntos sem pudor.
Foi algo estranho e tumultuado
O nosso "Amor" nunca declarado.
Mas sentido a cada encontro.
Poucas palavras, muitas atitudes,
De carinho, gentileza e sacanagem.
Era um "ouvir música" e fumar.
Ver a Lua, que adoramos, na varanda
Coberta somente com teus lençóis.
Por vezes vestindo suas roupas masculinas,
Por que eram "suas roupas".
E com isso impregnar meu corpo com teu cheiro,
Deixando nelas meu perfume de mulher.
A gente pode voltar no tempo,
Com lembranças desse Amor.
Mas revivê-lo é uma pergunta que fica.
O passar dos anos nos mostrará,
Que foi bom estar contigo.
Pense, há Amor no Rio de Janeiro. 

Irene Freitas

domingo, 24 de maio de 2015

MADRUGADA!

Recolhendo papéis e lembranças, volto como uma volta ao tempo e recordo silenciosamente palavras tão ternas e carinhosas num aniversário qualquer.

E da mais linda declaração
perpetuada no coração tímido que disse
E naquele outro que recebeu esses sons 
Recordo as palavras soltas e sinceras,
De um amigo distante,
Alcoolizado para ter a coragem
De se declarar tão abertamente.
Apesar dos fios invisíveis que o protegiam
Soube abrir seu peito tão camuflado.
Uma alma que sofre sozinha,
Escondida em serras verdes,
Em frios congelantes no inverno,
Mas com céus azuis incríveis,
E Luas que nos conectam em pensamento
E as estrelas que enfeitam sua noite. 
Que sei olha todos os dias.
Me dissestes as palavras mais lindas que um dia ouvi
Trazendo-me lágrimas de emoção,
E o lamento por não estar perto de ti. 
Para sentir na pele, o leve tatear dos dedos
O calor dos corpos ardentes,
E o previsível desse momento.
Teu ato súbito e inadiável,
Foi meu presente maior.

Volto às letras, palavras e recordações.
E ao silêncio contínuo e distante
Imposto não sei por que.
Cortes, fugas, bloqueios.
Silêncio, esse nosso companheiro
Que vai e volta, mas agora está longo demais.
Estás sempre buscando a essência,
As almas, te importam mais.
Ninguém consegue te conhecer por inteiro.
És uma alma sempre inquieta,
Solitária, reflexiva, dolorida
Que sabe fazer a saudade e a interrogação
Se instalarem nas almas que nunca se separaram.
Elas por vezes se quebram ou esticam 
Os fios invisíveis ligavam-se na longa madrugada.
Foram outrora tão presentes,
Mas hoje estão só na esperança. Volte!

Irene Freitas
24/05/2015