domingo, 30 de março de 2014

REFLEXÕES MATUTINAS!



Preste atenção ao seu futuro. Às escolhas que fazes no presente. Não coloques escuridão, pesar, tristeza, desânimo em sua velhice vindoura. Dispensas linhas que te trazem amigos, novidades, lembranças, afetos, cuidados remotos com sua alma e corpo.

Fazes escolhas, com quem queres falar ou não. Ligas o silêncio temporário, cortando elos de carinho distante, se exilando do mundo desconectando os contatos listados no visor. Ficas ausente não só para os maus, mas também para os bons.

Caminhas, sozinho, distraído e sem rumo definido, só para sair de casa, e fugir do “sempre vazio lar” e do que ele representa. Às vezes até pensa, “ah vou-me embora”. Aí lembra que não tem de quem ir-se.

Dormes mais do que necessitas, assim seu sentido de solidão é quebrado em pedaços de tempo adormecido. Por vezes, a angústia desconhecida  te desperta na madrugada e leva junto seu sono reparador.

Aprender constantemente te faz se sentir pleno e capaz. Isso te dá uma vaidade escondida no sorriso e exposta nas palavras que conheces bem, e um prazer íntimo pelos  constantes pedidos de ajuda acadêmica, e no orgulho de ter transmitido isso ao seu filho primogênito. Mas a quem deixarás todo esse acúmulo de conhecimento, sem as letras impressas para contar toda a sua trajetória de vida, recheada de histórias? Diga-se de passagem, dignas de posteridade.

Amores. Tens a escolher. Te dão com sinceridade, embora não consigas escolher qual o mais próximo de teu coração. Corpos, camas, bocas, afetos cuidadores, casas, lugares diferentes são parte de tua lista de escolhas, e o “pouso” depende somente de teu estado de espírito e paciência. Queres que todas as tuas escolhas sejam somente “únicas” contigo, mas tua conduta não age da mesma forma.

Queres a distância de lugares meio ermos e de pessoas desconhecidas, fora de teu passado de amizades e do Bar dos Broxas. Esse teu desejo só te fará mais solitário e triste e cada dia mais desanimado de sair da toca, do refugio que esse teu futuro Lar te dará. Os teus futuros “vizinhos” não estranharão se “sumires” por horas ou dias. Isso é mais um caminho/escolha para o isolamento, e com ele, depressão, doenças, tristezas, etc. Sabes bem disso. Doutor.

More em um lugar que ao abrir as janelas, te abram também opções de vida colorida e entusiasta. Onde o vento matinal, e põe matinal nisso, te ofereça oportunidades de sair e se encantar com o mundo e as pessoas. More onde colocar o pé na rua te leve a centros culturais repletos de novidades, a cinemas alternativos e instigantes, ou mesmo a cinemas comuns. Te leve ao frescor de parques e jardins verdes ou floridos. E que o tempo de deslocamento entre esses lugares prazerosos não seja obstáculo ou longo, mas somente possível, curto e constante.

Não quero te ver escolher caminhos de vida que te levem ao isolamento, à reclusão, ao desânimo, num tempo futuro esperado, depois de anos de trabalho, quando nosso “tempo de curtir” terá mais horas livres e possíveis, e opções infinitas. Bom dia para ti!


Irene Freitas

31/03/2014

11:52

terça-feira, 11 de março de 2014

Alternância de Mulheres!


      Em todo esse tempo, alternaram-se as mulheres, os pseudo amores, as casas, os benefícios de cada uma delas. Não há em sua alma, nenhum resquício de remorso, nenhum arrependimento ao enganar as ingênuas, as apaixonadas pelo semblante charmoso, pelo perfil austero, pela gana de conhecimentos. Tem um olhar lânguido e sempre lateral, para que não descubram o que vai em seu coração insensível e não percebam que suas palavras são só palavras encantadoras, mas sem sinceridade. Às vezes conta histórias de sua vida, mas são tão raras. Em frações de dias, pula de uma cama a outra sem pudor
       Recolhe emocionalmente o que lhe oferecem, enchendo-o de orgulho de macho, viril, conquistador, inflando um ego sutilmente camuflado, mas com certeza, cheio de si. Não deixa ao sair, nenhum compromisso de voltar, de estar só com “aquela”. Não designa a nenhuma delas seu Amor Verdadeiro, por que talvez nem mesmo o conheça de verdade, pois tem uma vida repleta de traições. 

       O que esquece é que não há mentira que dure para sempre, e um dia se quebra um dos laços sem seu afeto e que a lei do retorno existe e mais dia menos dia será cumprida. Deixa ao sair tristeza, decepção nas mulheres apaixonadas por uma máscara, ou várias, que nunca tira e é construída a cada mentira dita, a cada manutenção da mesma. Essa ou essas faces desse homem sucumbem ou descansam quando chega em seu lar “sempre vazio” e ao deitar sua consciência no travesseiro único numa cama de       casal, revê como um filme diferente a cada dia, as mentiras, histórias que teve que contar para manter a alternância de mulheres. Teve tantas em sua vida, tantos afetos desprezados por ele, que terminará tão só, amargurando não ter alguém ao seu lado na velhice próxima, vivendo o silêncio, a cama vazia, o desgaste do corpo e por fim, morrerá e os vizinhos acharão o corpo. Triste fim de ... Não é Policarpo Quaresma.




Irene Freitas

10/03/2014
23:30