domingo, 24 de maio de 2015

MADRUGADA!

Recolhendo papéis e lembranças, volto como uma volta ao tempo e recordo silenciosamente palavras tão ternas e carinhosas num aniversário qualquer.

E da mais linda declaração
perpetuada no coração tímido que disse
E naquele outro que recebeu esses sons 
Recordo as palavras soltas e sinceras,
De um amigo distante,
Alcoolizado para ter a coragem
De se declarar tão abertamente.
Apesar dos fios invisíveis que o protegiam
Soube abrir seu peito tão camuflado.
Uma alma que sofre sozinha,
Escondida em serras verdes,
Em frios congelantes no inverno,
Mas com céus azuis incríveis,
E Luas que nos conectam em pensamento
E as estrelas que enfeitam sua noite. 
Que sei olha todos os dias.
Me dissestes as palavras mais lindas que um dia ouvi
Trazendo-me lágrimas de emoção,
E o lamento por não estar perto de ti. 
Para sentir na pele, o leve tatear dos dedos
O calor dos corpos ardentes,
E o previsível desse momento.
Teu ato súbito e inadiável,
Foi meu presente maior.

Volto às letras, palavras e recordações.
E ao silêncio contínuo e distante
Imposto não sei por que.
Cortes, fugas, bloqueios.
Silêncio, esse nosso companheiro
Que vai e volta, mas agora está longo demais.
Estás sempre buscando a essência,
As almas, te importam mais.
Ninguém consegue te conhecer por inteiro.
És uma alma sempre inquieta,
Solitária, reflexiva, dolorida
Que sabe fazer a saudade e a interrogação
Se instalarem nas almas que nunca se separaram.
Elas por vezes se quebram ou esticam 
Os fios invisíveis ligavam-se na longa madrugada.
Foram outrora tão presentes,
Mas hoje estão só na esperança. Volte!

Irene Freitas
24/05/2015



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