quarta-feira, 16 de maio de 2012

Conversa alheia!


Conformismo!

Não precisa paixão. Mas sim se sentir bem!
Na volta diária do trabalho para a casa, já tarde da noite, sem querer ou pedir,  ouça as conversas alheias. A audição é um sentido involuntário. Então duas meninas contam seus segredos, frustrações, desencantos e tristeza com seus relacionamentos. Falar mal dos homens é uma constante em reunião de mulheres. DR, “discutir a relação” é o terror para os homens. E esse era o assunto no banco após o meu no ônibus. Conversa vai, conversa vem, uma delas soltou essa frase “não precisa paixão, e mas sim se sentir bem”. E começo então a refletir sobre como os estão os relacionamentos hoje em dia? Fica-se com o outro por conveniência. Por comodidade. Por “que já se acostumou com o outro”. Por exibição, quando vemos aqueles casais, digamos, fora do padrão social. Aqueles que surpreendem e nos fazem olhar novamente para eles, por várias razões ou às vezes por preconceitos mesmo. Não vou nomeá-los para não entrar no politicamente incorreto. Fica-se também por “não tem tu, vai tu mesmo”. Não há oferta para todos se igualarem. Então, enquanto não aparece outro nos padrões de nossos desejos, fica-se com o que se tem, agradavelmente ou não. Mas creia-me, sempre haverá uma razão para as pessoas estarem juntas. E nesse impasse na realização plena do amor, dedicado, afetuoso, cuidadoso com o outro, vai-se vivendo a vida mornamente, esquecendo-se de sonhos, desejos, buscas da felicidade de se sentir bem consigo mesmo e por tabela, com aquele que está ao seu lado.  Com essa situação, os pares não se dão conta da infelicidade parcial de ambos. Fecham portas, corações e seguem como se não houvesse um amanhã mais prazeroso. A paixão perdeu valor? Importância? É tão bom estar apaixonado! Por que com sentimento correndo nas veias, há tremores, suores, lágrimas, sorrisos exagerados. Um olhar infinito de alegria interior, pois há lembranças o tempo todo no pensamento. Há cheiros, há ansiedade do encontro, do abraço, do beijo mais e mais. Sabe-se como o outro é. O que ele gosta. Na rotina diária e nos caminhos percorrido, talvez olha-se  ao redor com mais empenho e quando algo se parece com o outro, um impulso de presentear invade a alma apaixonada para fazer feliz a quem se ama. E esse estado de espírito é benéfico, revigorante para o corpo e alma. São momentos tão sensoriais, tão sublimes, que me sinto decepcionada com o mundo que se tornou quase automático, ou então, pouco sonhador. As pessoas se preocupam sem ter sucesso e tudo que ele pode trazer materialmente. Mas isso tudo fica quando vamos embora de vez. E a alma? Como ela ficará? Bem eu quero que a minha flutue para onde for, leve e feliz por amar sempre!

Irene Freitas
16/05/2012

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