segunda-feira, 14 de maio de 2012

Já sinto a solidão!



E a dor começa a se alastrar pelo meu corpo. Meu coração estraçalhado chora copiosamente a dor de te perder, a tua ausência. A ficha ainda não caiu por inteiro. Te sinto em tudo ao meu redor. Detalhes, lugares, objetos, cada pedacinho uma recordação. Depois de uma longa ausência pelos caminhos comuns da vida, retornei e estive ao seu lado por pouco tempo. Foi tão curto, pelo muito que ainda poderia estar. Meus olhos não viam lágrimas há tanto tempo. Meu corpo não sentia a angustia de agora. Meu viver não tinha essa solidão tão triste. A vida segue e não estarás mais aqui. Não tenho mais o cuidar-te. Preocupar-me. Estar atento à ti. Chego à casa a hora que for e vejo-a tão vazia. Faz-me refletir sobre meu futuro tão só, envelhecendo, e sem tua presença. O mundo ao redor requer minha atenção e soluções que não quero tomar agora.
Quero chorar tudo que puder. Quero gritar sem som a minha dor. Quero deitar na cama e sentir tua falta. Quero me conformar e seguir em frente. Fostes tão importante. Me fizestes muito do que hoje sou. Fui o centro das atenções por anos e agora tenho que conviver sem isso. Sem tua presença que me foi tão querida. Me perdoe se errei contigo. Se me deixei levar pelo egoísmo e te abandonei algumas vezes. Hoje, depois de ontem, é só um refletir constante, um pensar na vida que terei que levar daqui em diante. Sempre é assim depois que alguém se vai, sem nenhuma chance de voltar. Então, fostes embora, encontrar algo indescritível além da vida. Inalcançável para nós, mortais. Espero que eu tenha sido bom para ti e tenhas, por fim, encontrado a Paz, onde quer que seja o lugar para onde as almas boas como a tua vão, depois da morte do corpo. Adeus....


Irene Freitas
14/05/2012

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