terça-feira, 17 de abril de 2012

Alma virtual!

 
Como é fácil ter uma boa imagem virtual, onde só aparecem o “bem me quer” em pequenos elogios femininos, enquanto o “mal me quer” entra como spam ou num click, é excluído ou nunca parecerá on line. Onde parecer  ser amado é estar rodeado de mulheres (também virtuais)  e suas palavras afetuosas, carinhos, lisonjeiras, e às vezes, sutilmente paqueradoras.
Mas o ser dos bastidores molda sua figura sempre em primeira pessoa, e nas tardias horas da noite e madrugadas a dentro, busca uma alma que complete a sua, tão cotidianamente exposta. Porém a alma insone que procura, não consegue achar sua gêmea, para poder sair por ai em sonhos, voando entre as nuvens de todas as cores. Deitar ao luar e contar as estrelas que declama tantas vezes. Sentir o vento frio ou gelado nas noites de inverno em sua varanda. Ouvir seus insetos e bichanos nas noites nubladas e serenadas das caminhadas pelas serras onde habita. Sua busca é infrutífera por que no mundo real, o poeta, não é tão sublime, romântico, carinhoso como se mostra na internet. Ele tem um jeito de ser ranzinza, rabugento, impaciente e crítico da vida alheia. Gosta da solidão,  de seu cantinho, do silêncio e de seu mundo particular, por vezes impenetrável. Poucos, ou poucas, tiverem o privilégio de conhecer
esse santuário. Tão controverso esse escritor, tão cheio de encantos ao se expor em palavras, mas tão avesso ao contato puro e simples, light, o deixar fluir. Desperta amores, paixões obcecadas, e por vezes “loucas de pedra”, que se mantêm em sua cola por longos anos, até um definitivo “me erre”. Uma pergunta que não quer calar:
quem?  Ou quais, foram seus reais amores? Suas profundas inspirações?
Não importa. Pois é um encanto perceber sua “alma” nos seus inúmeros textos. E é por ela, que nos apaixonamos todos os dias.


Irene Freitas
17/04/2012

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