quarta-feira, 27 de julho de 2011

A espera de um Alô!




Essa angústia que me assola
Lágrimas contidas por vergonha
Sofrimento silencioso.
Queria sentir coisas diferentes
Me tornar indiferente
Não me preocupar com o outro
Não esperar coisas que não virão.
Meu ser é todo espera
Ansiedade controlada,
Desejos unilaterais.
Quero um amor completo
Ser pensamento constante de alguém
Ser saudades de estar junto
Ser sonhos acordados por todo o dia
Ser espera e prazer compartilhado.
Mas não sou esse sonho.
Sou um alguém qualquer
Uma companhia esporádica
Uma prazer carnal raro e sem promessas
Uma lembrança quando telefono
Um sumiço não notado, displicente.
Quero ser parte daquilo que dedico
Aos que me são caros e importantes.
Buscamos aquilo que distribuímos
Mas o retorno é tão demorado ou nulo!
Então me desligo do coração
Vou à cabeça, à racionalidade
Sofrendo sozinha
Chorando sem lágrimas
Sobrevivendo mais um dia
Como se não houvesse ontem ou amanhã
Lembranças ou desejos
Amor ou desamor
Como um ser inanimado
A espera de um Alô!


Irene Freitas
27/072011

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